Fui lembrado, numa roda de samba,
só pelos bons momentos do meu ser e nem precisei reclamar atenção.
Todos passavam a mão na cabeça, dando-me os olhos mais carinhosos,
e só não achava que era criança,
porque sentia os corpos em volta perguntando por segredos adivinhados no tempo
e no silêncio das dúvidas.
O que não podia ter era como o que nunca tive:
não mais a dor do limite que o cansaço dos anos
agora me força não ignorar.
Apenas a insipidez do não ter sido,
como um medo de perder o que nunca chegamos a ter...
Planejei o passado fazendo o que podia do aqui e agora,
pois havia perguntas ao futuro que eu podia responder
apenas sendo....
Era feliz no paradoxo do começo:
ser do nada
e no interstício do fim,continuar no início....
O próximo passo não se seguiria mais ao dado.
Tropeçaria em falso na máquina do tempo,
prá chegar muito mais veloz às coisas distantes que às próximas,
o viver era cheio de saltos nos profundos vazios da alma,
buracos negros do ser.
Envelhecer é susto que levamos no meio da noite,
retorno ao canal de parto das dores,
expiração e diástole
do único segundo da existência...
12/7/98
sábado, 18 de abril de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário