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terça-feira, 14 de abril de 2009

FALTA DO QUE NÃO HÁ ?

Imploro em vão
que a explosão de luz desta manhã
retorne pelo itinerário incerto e precavido
das sombras da memória e
do não ter sido.

Fôra facultativa a solidão,
seriam consumidos os sonhos que ela mesma inventou?
Seriam os amantes enlouquecidos na implosão dos silêncios?
Perder-se-iam nas ausências,
doces reminiscências?
Seriam ignorados silêncios tão íntimos
como as imagens
de amores que não sabemos
se tivemos?

A vida recebe atônita
os níqueis que sobraram das alegrias
e que juntaram ser e viver,
sem que eu tenha pedido.

Meu amor é vento
musicado em flauta,
sopro da alma que financiei
para pagar em penas,
em miragens e em sonhos perdidos.

Dúvidas têm um molejo em cadência,
que piora,
que melhora,
minha miopia.
Ora mentem sobre
a origem dos meus medos,
ora sobre alegrias e desejos pretéritos.
Descortinam miradouros possíveis
onde unir e separar desalinhados sentimentos.
Pegadas incertas
me procuram
numa floresta cheia de ipês solitários,
onde as sombras me oferecem quase casualmente,
manhãs menos intensas
e dores mais pálidas.
Isabel Horta 22/3/97

Um comentário:

  1. Aaahh... você vai usar o blog pra poesias? Que bonitinho... achei que ia ser pra homeopatia.

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